quarta-feira, 10 de julho de 2013

Confirmada conexão entre autismo e bactérias benéficas no organismo

Redação do Diário da Saúde

Autistas têm menos bactérias benéficas no organismo
Há muito se discute uma conexão estreita entre o autismo e a população de bactérias no trato gastrointestinal. [Imagem: Jason Drees for the Biodesign Institute]

Acaba de ser feita a primeira análise bacteriana abrangente focando bactérias comensais - bactérias benéficas - em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA).
Há muito se discute uma conexão estreita entre o autismo e a população de bactérias no trato gastrointestinal.
"Uma das razões pelas quais começamos a focar este tema é o fato de que as crianças autistas têm um monte de problemas gastrointestinais que podem durar até a vida adulta. Estudos têm mostrado que, quando conseguimos gerir esses problemas, seu comportamento melhora dramaticamente," explica a Dra. Rosa Krajmalnik-Brown, da Universidade do Estado do Arizona (EUA).
Seguindo essa pista, o grupo levantou a hipótese da existência de traços distintivos na microflora intestinal dos indivíduos autistas, em comparação com crianças normais.
Até agora, os estudos sobre a microbiota intestinal em indivíduos autistas vinham-se concentrando principalmente em bactérias patogênicas, algumas das quais envolvidas em alterações da função cerebral.
Um exemplo envolve bactérias gram-negativas contendo lipopolissacarídeos nas suas paredes celulares, que podem induzir inflamações e levar à acumulação de elevados níveis de mercúrio no cérebro.
Autismo e bactérias
O presente estudo confirmou as suspeitas e ainda descobriu que crianças com autismo têm significativamente menos tipos de bactérias intestinais benéficas, provavelmente tornando-as mais vulneráveis a bactérias patogênicas.
O pesquisador Dae-Wook Kang, membro do grupo, descobriu que os autistas têm contagens significativamente menores de três bactérias críticas - Prevotella, Coprococcus e Veillonellaceae - em comparação com crianças saudáveis.
Mas, mostrando que os cientistas estão longe de ter todas as respostas, o estudo mostrou que estas alterações microbianas estão presentes em todos os indivíduos autistas, mas as alterações não estão correlacionadas com a gravidade dos sintomas gastrointestinais.
Apesar disso, os novos dados poderão vir a ser usados como uma ferramenta quantitativa de diagnóstico para identificar o autismo, e como um guia para o desenvolvimento de tratamentos eficazes para os problemas gastrointestinais relacionados aos TEAs (transtornos do espectro do autismo).

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