Gut and
Psychology Syndrome (GAP syndrome or GAPS)™.
Nós vivemos em um mundo repleto de epidemias.
As desordens do espectro autista, as desordens do déficit de atenção e hiperatividade ( DDA-H), a esquizofrenia, a dislexia, a dispraxia, a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC ou transtorno bipolar), e outros problemas neuro-psicológicos e psiquiátricos, em crianças e jovens adultos, estão se tornando cada vez mais comuns.
Na prática clínica essas condições, mais do nunca, sobrepõem-se
umas as outras.
Uma criança com autismo geralmente é hiperativo e dispráxico. Há
uma sobreposição da ordem de 50% entre dislexia e dispraxia, e de 25-50% entre
hiperatividade,dislexia e dispraxia.
Crianças nessas condições geralmente são diagnosticadas como sendo
depressivas e, quando crescem, elas estão mais predispostas a se tornar
dependentes de drogas e álcool do que as crianças com desenvolvimento típico.
Um adulto jovem diagnosticado como esquizofrênico, muito frequentemente sofria
de dislexia, dispraxia e/ou TDA-H na infância.
Crianças com TOC são, geralmente, hiperativas, com tendências
autista, e, na verdade, elas quase sempre recebem esses dois diagnósticos,
antes de serem re-diagnosticadas como bi-polar. A esquizofrenia e o transtorno
bipolar geralmente são descritos como as duas faces de uma mesma moeda.
Nós criamos diferentes padrões diagnósticos para encaixar nossas
crianças. Mas, uma criança atual não se enquadra em nenhum desses padrões.
A criança atual, na maioria das vezes, enquadra-se, de
preferência, em um quadro irregular de alterações psiquiátricas e neurológicas
que se sobrepõem.
Esse quadro nos conduz à conclusão de que essas alterações estão
relacionadas umas as outras devido ao fato de terem etiologias similares.
Vamos, aqui, discutir quais podem ser esses agentes causais.
Qual é o quadro típico, visto por nós, na prática clínica? Antes
de examinar a criança devemos pesquisar o histórico de saúde de seus pais.
Sempre que os pais são mencionados, as pessoas imediatamente pensam em
genética. No entanto, além da genética, há algo muito importante que os pais, a
mãe principalmente, passa aos seus filhos, que é a sua microflora intestinal,
inteiramente particular. Poucas pessoas sabem, mas um adulto tem, em média, 2kg
de bactérias em seu intestino. Há mais células nessa massa microbriana do que
no corpo humano inteiro. É um microcosmos altamente organizado, onde algumas
espécies de bactérias devem predominar para que tenhamos saúde física e mental.
Seu papel em nossa saúde é tão imenso que nós, simplesmente, não podemos nos
dar ao luxo de ignorá-las.
Falaremos posteriormente, em detalhes, sobre a flora bacteriana
intestinal infantil. Agora voltaremos à fonte da flora intestinal das crianças,
isto é, seus pais.
Após estudar centenas de casos de alterações neurológicas e
psiquiátricas, em crianças, um quadro característico da saúde de suas mães
emergiu.
Uma típica mãe de hoje em dia provávelmente não foi amamentada no
peito quando bebê, pois nasceu nos anos 60-70, quando a amamentação estava fora
de moda. Por que esse fato é importante?
Porque é bem sabido, atualmente, que bebês não amamentados no
peito desenvolvem uma flora microbiana intestinal completamente diferente
daquela de bebês amamentados no peito.
Bebês alimentados com mamadeira têm uma flora microbiana
intestinal alterada, flora essa que, futuramente, trará uma predisposição à
inúmeras alterações de saúde.
Tendo, desde o começo, uma flora intestinal alterada, uma típica
mãe da atualiade, provávelmente, terá tido alguns episódios de uso de
antibióticos em sua infância e juventude, devido ao fato de ter contraído
inúmeras infecções.
É bem sabido que os antibióticos causam grande dano à flora
intestinal pois eliminam as cepas bacterianas que são úteis e necessárias.
Com a idade de 16 anos, ou, em alguns casos, antes disso, a mãe
atual inicia o uso de anticoncepcionais, que serão usados por alguns anos antes
que ela constitua sua família. As pílulas anticoncepcionais tem um efeito
devastador nas bactérias benéficas da flora intestinal.
Uma das principais funções das bactérias benéficas é controlar
cerca de 500 diferentes espécies de bactérias patogênicas ( ruins) e
oportunistas, já descritas na literatura médica.
Quando as bactérias benéficas são eliminadas, as bactérias
oportunistas encontram uma ótima oportunidade para crescer em grandes colônias,
ocupando grande espaço no trato intestinal.
A dieta moderna, de alimentos processados e fast foods,fornece a
nutrição perfeita para esses patógenos. E esta é a dieta que a mãe de hoje em
dia teve quando criança e como adulta jovem. Como resultado de todos esses
fatores a mãe atual tem uma flora intestinal sériamente comprometida à época em
que está apta a ter seus filhos. Na realidade, os sinais clínicos de disbiose (
flora intestinal anormal) estão presentes em 100% das mães cujos filhos
apresentam problemas neurológicos e psiquiátricos.
Os problemas de saúde mais comuns das mães são: alterações
digestivas, alergias, auto-imunidade, TPM, fadiga crônica, dor de cabeça e
problemas na pele.
Um bebê nasce com o intestino estéril. Nos primeiros 20 dias de
vida, a mais ou a menos, as paredes intestinais virgens do bebê são colonizadas
por uma mescla de bactérias. É a flora intestinal do bebê, que terá um efeito
tremendo em sua saúde pelo resto de sua vida.
De onde vem essa flora intestinal? A maior parte da mãe. Assim,
qualquer que seja a flora intestinal da mãe, ela a transmitirá a seu filho
recém-nascido.
A flora intestinal é algo com a qual não nos preocupamos. No
entanto o número de funções que a flora intestinal executa é tão vital que, se
algum dia, nosso trato digestivo fosse esterilizado, provávelmente não
sobreviveríamos.
A primeira e mais importante função do intestino é digerir e
absorver corretamente os alimentos. Se uma criança não adquire uma flora
intestinal equilibrada, então ela não conseguirá digerir e absorver
corretamente os alimentos, desenvolvendo deficiências nutricionais múltiplas. E
isso é o que geralmente vemos em crianças com déficit de aprendizagem,
alterações psiquiátricas e alergias.
Muitas dessas crianças são mal-nutridas. Mesmo aquelas que parecem
ter um desenvolvimento físico adequado, quando submetidas a exames
laboratoriais, observa-se que tem deficiências em importantes minerais,
vitaminas, ácidos graxos essenciais, muitos aminoácidos e outros nutrientes.
As deficiências mais frequentes nessas crianças , em relação aos
minerais, são : magnésio, zinco, selênio, cobre, cálcio, manganês, enxofre,
fósforo, ferro, potássio, vanádio, boro.
Em relação às vitaminas: B1,B2,B3,B12,C, A, D, ácido fólico,ácido
pantotênico.
Em relação aos ácidos graxos essenciais e aminoácidos: ômega 3,6 e
9, taurina, ácido alfa-cetoglutárico, glutationa e muitos outros aminoácidos.
Essa lista de deficiências nutricionais, frequentemente encontrada
nessas crianças, inclui nutrientes fundamentais para o desenvolvimento normal
do cérebro, sistema imunológico e o restante do corpo.
Além da digestão e absorção normais dos alimentos, a flora
saudável sintetiza vários nutrientes: vitamina K, ácido pantotênico, ácido
fólico, tiamina (vitamina B1), riboflavina ( vitamina B2), niacina ( vitamina
B3), piridoxina ( vitamina B6), cianocobalamina ( vitamina B12), vários
aminoácidos e proteínas. Na verdade, quando indivíduos com disbiose são
examinados sempre há deficiência desses nutrientes.
A experiência clínica demontra que a reposição das bactérias
funcionais no trato intestinal é a melhor opção para resolver essas
deficiências.
A maior parte das crianças com alterações neurológicas e
psiquiátricas têm aparência pálida e emaciada. Seus exames mostram vários graus
de anemia, o que não é de se admirar, pois para ter sangue saudável há
necessidade de vários nutrientes: vitaminas (B1,B2,B3,B6,B12,K,A,D,etc) ácidos
graxos e aminoácidos essenciais.
Essas crianças não sómente não conseguem absorver esses nutrientes
a partir da alimentação, mas também a própria produção de muitos deles é
ineficiente. A maioria das pessoas com flora intestinal alterada tem grupos
específicos de bactérias patogênicas ferro-dependente crescendo em seu
intestino ( actinomices spp,micobacterium spp,cepas patogênicas de E.coli,
corinebacterium spp, e muitas outras).Essas bacterias consomem todo o ferro que
o indivíduo obtenha da dieta, levando a uma deficiência . Infelizmente a
suplementação do ferro sómente faz as bactérias crescerem ainda mais e não
resolve o problema da anemia.
Para tratar a anemia o indivíduo precisa de todos os nutrientes
mencionados até aqui, muitos deles são fornecidos pela própria flora
intestinal, desde que seja saudável.
Além de uma ação direta na nutrição do organismo, as bactérias
fisiológicas do trato digestivo funcionam como faxineiras. Elas recobrem
totalmente a superfície interna do intestino, protegendo-a de invasores e de
toxinas, constituindo uma barreira natural e produzindo grande quantidade de
substâncias anti-bacterianas, anti-viróticas e anti-fúngicas. Ao mesmo tempo
essas bacterias fornecem nutrição à camada epitelial de revestimento do
intestino (N.T. = epiteliais são as células que revestem e protegem os órgãos,
como a pele, boca, bexiga, etc.Na pele é um epitélio seco, no intestino é um
epitélio úmido; essa camada, no intestino, geralmente é constituída por poucas
camadas de células epiteliais, na pele, p.ex., são várias camadas de células. O
epitélio não é vascularizado, portanto a nutrição tem que vir de outro lugar,
geralmente a camada subjacente de tecido conjuntivo, mas no intestino a
nutrição vem de fora, das bactérias que estão acima das células epiteliais).
Estima-se que de 60-70% da energia da camada de revestimento intestinal
provenha da atividade bacteriana que habita essa camada. Portanto, não é de se
estranhar que, estando a flora intestinal alterada, o próprio trato intestinal
fique alterado.
Na verdade muitas crianças com déficit de aprendizagem, alterações
psiquiátricas e alergias apresentam problemas digestivos.
Em muitos casos os problemas são suficientemente graves para o
pais falarem sobre eles.
Em alguns casos não são tão severos, mas quando fazemos perguntas
diretas aos pais eles respondem que seu filho nunca teve fezes normais, que seu
filho sofre com as cólicas desde bebê, e que dor de barriga e flatulência são
freqüentes .
Nesses casos, quando a criança é examinada por um
gastroenterologista evidencia-se um processo inflamatório, com impactação
fecal.
A pesquisa mais recente foi realizada no Royal Free Hospital, em
Londres, pelo Dr. Wakefield e equipe. Eles afirmam que uma situação de
inflamação no intestino com flora funcional é um auxílio para nosso sistema
imunológico.
As bactérias benéficas do intestino possibilitam a produção
correta de várias células imunológicas, imunoglobulinas e outros componentes do
sistema imune. Mas, o mais importante, elas mantém o sistema imune equilibrado.
O que ocorre geralmente em pessoas com disbiose intestinal é que
os dois mais efetivos compostos do sistema imune Th1 e Th2 ficam
desequilibrados, com o Th1 deprimido e o Th2 superativado.Como resultado temos
o sistema imune reagindo aos mais distintos estímulos do meio ambiente de forma
alérgica ou atópica.
Um bebê nasce com o sistema imunológico imaturo. O estabelecimento
de uma saudável flora intestinal equilibrada, nos primeiros dias de vida, tem
um papel crucial no amadurecimento apropriado do sistema imunológico. Se o bebê
não desenvolve uma flora intestinal adequada ele virá a ter problemas
imunológicos.
O resultado será uma série de infecções seguidas por uma sequência
de antibióticoterapias, que causam danos tanto a flora intestinal quanto ao
sistema imune.
As infecções mais freqüentes, nas crianças com alterações
psicológicas, neurológicas e atópicas, em seus dois primeiros anos de vida,
são: infecções de ouvido, infecções nas vias respiratórias, inflamações de
garganta e impetigo. Ao mesmo tempo, nesses primeiros dois anos de vida, a
criança recebe muitas vacinas. Uma criança com o sistema imune comprometido não
reage de modo padrão às vacinas. Em muitos casos as vacinas aumentam o dano
pré-existente no sistema imune e cria uma fonte de infecções virais
persistentes e problemas autoimunes.
Existe um volume considerável de pesquisas publicadas sobre o
estado do sistema imune em crianças com déficits de aprendizagem e alterações
psiquiátricas. As pesquisas mostram muitas anomalias em todos os grupos
celulares mais importantes.
Os anti-anticorpos encontrados com mais freqüência são contra a
proteína da mielina básica (MBP –em inglês) e contra a proteína do filamento do
neuro-axônio (NSFP – em inglês). Esses anticorpos atacam o cérebro da criança e
o restante de seu Sistema Nervoso.
Assim, a criança de hoje em dia, da qual estamos falando, não tem,
de saída, uma flora intestinal normal e, com o passar do tempo, lhe causa ainda
mais danos devido às múltiplas terapias com antibióticos e vacinações. Resulta
daí que essas crianças, geralmente, sofrem de problemas digestivos, asma,
alergias e eczema.
Mas, além disso, nas crianças que vão desenvolver alterações
neurológicas e psiquiátricas, algo ainda mais terrível acontece.
Sem o controle das bactérias benéficas várias bactérias
oportunistas e patogênicas, vírus e fungos, tem uma boa chance de colonizar
grandes áreas no trato digestivo, crescendo em grandes colônias. Dois grupos
são os mais frequentemente encontrados nos testes: leveduras ( incluindo a
Cândida) e a família Clostrídia.
Esses micróbios patogênicos iniciam digerindo o alimento e
produzem grandes quantidades de variadas toxinas, que são absorvidas pelo
intestino, passando à corrente sanguínea, e chegam ao cérebro, passando através
da barreira sanguínea-cerebral. O número e composição de toxinas pode ser muito
particular, causando diferentes sintomas neurológicos e psicológicos.
Devido à ausência, ou grande diminuição, de bactérias benignas na
flora intestinal, o sistema digestivo dessas crianças passa a ser a maior fonte
de intoxicação do organismo, ao invés de ser a fonte primordial de nutrição.
Assim, de que tipo de toxinas estamos falando? Há muitas toxinas,
as quais ainda não estudei bastante, mas algumas delas já tem uma quantidade
razoável de pesquisas. Vamos dar uma olhada nelas.
Acetaldeído & álcool.
O que essas substâncias podem causar às
crianças?
Os micróbios patogênicos que mais comumente apresentam um
super-desenvolvimento no sistema digestivo de crianças com alterações
neuro-psicológicas e alergias são as leveduras, particularmente a Cândida. As
leveduras fermentam os carbohidratos da dieta, produzindo álcool e seu
sub-produto acetaldeído.
Vejamos o que a contínua exposição ao álcool e acetaldeído pode
causar:
* danos hepáticos, com a diminuição da capacidade de desentoxicar o
organismo mediante a eliminação de drogas, poluentes e outras toxinas.
* degeneração pancreática, reduzindo a capacidade de produção de
enzimas pancreáticas que aceleram o processo digestivo.
* redução da capacidade de produção de ácido gástrico pela parede
estomacal.
* danos ao sistema immune.
* dano cerebral com perda de auto-controle, prejuízo na
coordenação, prejuízo no desenvolvimento da linguagem, agressividade, retardo
mental, perda de memória e estupor.
* danos aos nervos periféricos, com alteração na sensibilidade e
fraqueza muscular.
* danos ao tecido muscular, causando alteração na capacidade de
contração e relaxamento, bem como fadiga muscular.
* deficiencias nutricionais devidas ao efeito danoso na digestão e
absorção de muitas vitaminas, minerais e aminoácidos. Muito comuns são as
avitaminoses B e A.
* o álcool tem a capacidade de aumentar a toxicidade das drogas
mais comuns, poluentes e outras toxinas.
* alteração no metabolismo de proteínas, carbohidratos e lipídeos.
* incapacidade do fígado em eliminar neurotransmissores e hormônios
antigos, bem como outros sub-produtos comuns do metabolismo. Tais substâncias
vão se acumulando no organismo, levando a anomalias comportamentais, e muitos
outros problemas.
O acetaldeído é considerado o mais tóxico sub-produto do álcool. É
a substância química que nos dá a sensação de ressaca. Qualquer um que já tenha
experimentado uma ressaca pode dizer como a sensação é terrível. As crianças
que tem uma flora bacteriana intestinal alterada desde o princípio, com muitas
leveduras, provávelmente nunca conheceram outra sensação que não a de ressaca.
O acetaldeído pode agir de diferentes formas tóxicas no organismo. Uma de suas
formas de ação mais devastadora é a sua capacidade de alterar a estrutura das
proteínas. Essas proteínas alteradas pelo acetaldeído possívelmente são as
responsáveis por muitas reações auto-imune. E as crianças com alterações
neuro-psicológicas geralmente apresentam anticorpos contra si mesmos.
Neurotoxinas da Clostrídia:
Existem cerca de 100 espécies conhecidas de clostrídia até agora.
Elas estão presentes nas fezes de pessoas com autismo, esquizofrenia, psicose,
depressão severa, paralisia muscular, anormalidades de tonicidade muscular e
outras anomalias psiquiátricas e neurológicas. Muitas espécies de clostrídio
são hospedeiros normais do trato intestinal humano. Por exemplo, o Clostridio
tetani é encontrado rotineiramente no intestino de pessoas e animais saudáveis.
Todos sabem que o tétano é uma doença mortal, devido a neurotoxina
muito tóxica que o clostrídium tetani produz. O clostridium tetani que habita o
intestino é controlado, geralmente, pelas bactérias benéficas, nãos nos
causando danos, já que sua toxina não consegue atravessar a parede de
revestimento interno do intestino. Infelizmente, essas crianças das quais
estamos falando, não tem essa parede de revestimento interno saudável. Em
intestinos com disbiose essas neurotoxinas podem ser absorvidas pela parede
intestinal lesada, penetrar na corrente sanguínea e atravessar a barreira
cérebro-sanguínea, afetando o desenvolvimento cerebral infantil.
Muitas outras espécies de clostridio ( perfringens,
novyi,septicum, histolyticum, sordelli, aerofoetidum,tertium, sporogenes, etc)
produzem toxinas similares à toxina tetânica, bem como de muitas outras
toxinas.
O Dr. William Shaw, do Laboratório Great Plains, descreve com
detalhes o número de crianças autistas que apresentam grande progresso em seu
desenvolvimento e em seus exames bioquímicos quando estão sob efeito de
medicação anti-clostrídia. Infelizmente, quando a medicação é interrompida as
crianças retornam ao autismo, já que essas crianças não tem uma flora
intestinal saudável, capaz de controlar a clostrídia, impedindo que suas
toxinas penetrem no sistema circulatório através da membrana de células de
revestimento do intestino. Em muitos casos não é possível identificar o
clostrídio nas fezes do indivíduo, pois é um anaeróbio estrito, sendo de
difícil observação. Precisamos testá-la através de seu potente patógeno.
As leveduras e o Clostrídio receberam uma oportunidade muito boa
nessa idade do antibiótico. Antibióticos de largo espectro não os alcançam,
enquanto eliminam as bactérias benéficas do intestino, que deveriam controlá-los.
Sendo assim, depois de vários episódios de antibióticoterapia, esses dois
grupos patogênicos ficam fora de controle e começam um super-crescimento. Essas
crianças a que nos referimos recebem muitas terapias antibióticas desde o
início de suas vidas.
Gluteomorfina & Caseomorfina, ou opiatos do glutem e da
caseína.
Os opiatos são drogas , como o ópio, morfina, heroína, que são
comumente usadas por viciados em drogas. O que elas fazem com as crianças?
O glutem é uma proteína presente em grãos, principalmente trigo,
centeio, aveia e cevada. A caseína é a proteína do leite, de vaca, cabra,
ovelha, humana, e todos os outros leites e derivados dele.
No organismo de crianças e adultos, autistas ou esquizofrênicos,
essas proteínas não são adequadamente digeridas devido ao fato de seus sistemas
digestivos abrigarem uma flora microbiana anormal, portanto, insalubre. O
resultado dessa má digestão seria a formação, a partir do glutem e da caseína,
de substâncias com estrutura química semelhante à dos opiatos, como a morfina e
heroína.
Há uma quantidade substancial de pesquisas nessa área, feitas por
Dohan, Rechelt, Shattock, Cade e outros, nas quais os peptídeos do glutem e da
caseína, denominados gluteomorfina e caseomorfina, são encontrados na urina de
pacientes esquizofrênicos e de crianças autistas. Incidentalmente, tais
substâncias também são encontradas em pacientes com depressão e artrite
reumatóide. Esses opiatos, derivados do trigo e do leite, atravessam a barreira
hemato-encefálica e bloqueiam certas áreas do cérebro, exatamente como a
morfina e a heroína fazem,causando variados sintomas neurológicos e
psicológicos.
Baseada nessas pesquisas, a dieta sem glutem e sem caseína
(SGSC)foi desenvolvida, auxiliando muitas crianças e adultos com autismo e
esquizofrenia.
Dermorfina & Deltorfina:
São duas assustadoras substâncias tóxicas com estrutura de
opiatos, as quais foram observadas em crianças autistas, pelo bioquímico Alan
Friedman, PhD. A dermorfina e a deltorfina foram primeiramente identificadas na
pele de rãs venenosas da América do Sul.
Os povos nativos costumam mergulhar seus dardos no tecido mucoso
dessas rãs,envenenando-os, a fim de paralisar seus inimigos, já que tanto a
dermorfina quanto a deltorfina são neurotoxinas muito poderosas. O Dr. Friedman
acredita que não é a rã que produz essas neurotoxinas, mas sim fungos, que
crescem na pele delas. É possível que esses fungos cresçam no intestino de
crianças autistas, fornecendo aos seus organismos dermorfina e deltorfina.
Os testes de Ácidos Orgânicos, disponíveis em muitos laboratórios
ao redor do mundo, identificam muitos metabólitos da atividade bacteriana no
intestino, os quais são absorvidos e acabam sendo eliminados pela urina da
criança. Muitos desses metabólitos são substâncias altamente tóxicas.
Baixa concentração de sulfato sérico é frequente nessas crianças,
e pode ser um indício de intoxicação orgânica, pois os sulfatos são essenciais
em muitos processos de desentoxicação, bem como para o metabolismo normal dos
neurotransmissores cerebrais. Em muitos casos a criança está recebendo um bom
suprimento de sulfatos através da dieta, mas todo ele é consumido pela cadeia
de desintoxicação poderosa que tenta remover todas inúmeras substâncias tóxicas
formadas no organismo a partir do intestino da criança.
Ao mesmo tempo um outro grande grupo de bactérias geralmente tem
um super crescimento nos casos de disbiose intestinal. São as bactérias
sulfato-redutoras, que produzem enxofre impróprio para consumo do organismo.
Essas bactérias metabolizam os sulfatos, provenientes da alimentação, em
sulfitos, muitos deles são tóxicos como o sulfito de hidrogênio, p.ex., que é o
gás do ovo podre.
Alguns pais de crianças autistas, hiperativas e com outra
alterações, falam que seus filhos tem fezes com esse cheiro característico. A
mescla de toxicidade em cada criança é muito particular e diferente. Mas o que
todos tem em comum é a disbiose intestinal.
A toxicidade, que é produzida pela massa microbiana anormal dessas
crianças, estabelece uma ligação entre o intestino e o cérebro. É por isso que
parece lógico agrupar essas desordens sob um nome: Síndrome Psicológica e
Intestino ( GAP).
As crianças com GAP podem apresentar sintomas de autismo, TDAH,
ADD, TOC, dislexia, dispraxia, esquizofrenia, depressão,alterações do sono,
alergias, asma e eczema em todas as possíveis combinações.
Essas são as crianças que se enquadram na gap, de acordo com nossa
experiência médica. Qualquer criança com déficits de aprendizagem, alterações
neurológicas ou psicológicas e alergias, devem ser completamente examinadas
para detectar disbiose intestinal.
O restabelecimento da flora intestinal normal e o tratamento do
sistema digestivo dessas crianças deve ser a primeira intervenção para essas
desordens, antes de se considerar a possibilidade de qualquer outro tratamento
com drogas ou outro método.
Drª Natasha Campbell-McBride,MD.
MmedSci em Neurologia
MmedSci em Nutrição Humana
Olá, comecei a ler seu texto, mas nao terminei ainda. Vi nas primeiras linha que vc cita "TOC (ou transtorno bipolar). Gostaria de informar que são transtornos distintos. Transtorno maníaco depressivo ou transtorno bipolar. O TOC é outra coisa :)
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